“Não estejais apreensivos pela vossa vida, sobre o que comereis, nem pelo corpo, sobre o que vestireis. Mais é a vida do que o sustento, e o corpo, mais do que as vestes?"
Mateus, 6.25
Estamos diante de um texto, ensinado por Jesus, que merece toda nossa atenção, especialmente se desejamos viver uma vida com menos ansiedade. A bem da verdade, passamos à vida toda correndo atrás de tesouros que, quando não são perdidos, roubados ou desgastados pelo tempo, simplesmente não são desfrutados e muito menos levados conosco quando de nossa morte.
A angústia que muitos de nós passamos nestes dias decorre justamente de uma incompreensão da doutrina da simplicidade cristã, que redunda na aniquilação da preocupação e da ansiedade. Jesus era um contador de histórias. Sabia que as histórias chegam mais no fundo do coração das pessoas do que as palavras feitas num discurso frio e metódico. Quantas vezes as parábolas e ensinamentos de Jesus nasceram, quando Ele observava as pessoas nos seus afazeres, ou na contemplação da própria natureza.
Os versos acima foram proferidos depois de um ganancioso jovem pedir para que Jesus resolvesse uma questão de divisão de herança. Foi neste momento que Ele chama seus discípulos e começa a ensinar sobre o que é prioridade na vida. Será que não nos faz bem pensar no que é realmente prioridade na vida? Quando não sabemos responder tal questão, ficamos vagando de um lado para o outro, correndo atrás de uma riqueza que não nos torna ricos, de uma alegria que não torna felizes. De uma segurança que não nos torna seguros. Quando invertemos as prioridades, simplesmente nos iludimos e só sofre de desilusão quem se ilude.
Se nossa confiança e segurança estão nas coisas que temos ou nas que fazemos, então é melhor vender ou distribuí-las. Jesus não está dizendo que não podemos ter as coisas, nem que ter dinheiro é pecado. O pecado consiste em atribuir às coisas o valor que elas não possuem, e a melhor forma de saber que valor as coisas têm para nós é se estamos dispostos a nos desfazer delas. É por isso que, se colocarmos nosso coração nas coisas das quais podemos ser privados, correremos o risco de ser infelizes. Pense nisto.
Deus vos abençoe.