Pr. Isaac Vicente Ribeiro
“Ele, porém, querendo justificar a si mesmo, disse a Jesus: E quem é meu próximo”. Lucas 10.29
A parábola do bom samaritano foi dada para ilustrar o importantíssimo mandamento da lei: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Nesta importante parábola, aprendemos com Jesus o princípio da ética humanitária. Jesus fez questão de ensinar que o próximo pode ser uma pessoa inteiramente desconhecida, ou pode ser de uma raça diferente, e até mesmo rejeitada ou desprezada, ou ainda, pode ser uma pessoa de outra religião, até mesmo conhecida como herética.
A bem da verdade, o próximo não significa meramente a pessoa que mora por perto, mas qualquer um com quem entremos em contato. Aprendemos, desde o Antigo Testamento, que o cuidado de Deus por toda a humanidade deve manifestar-se nas vidas de todos quantos são chamados povo de Deus. A este respeito, é preciso saber que não basta falar que somos de Cristo, é necessário viver e agir como Cristo. Nossa pregação deve ser a nossa vida, e acima de tudo deve tornar-se a imagem de Cristo. Nossa relação com o nosso próximo deve seguir o exemplo de Cristo, que em nenhum momento humilhou ou menosprezou pessoas. Ninguém deve colocar limitações no amor ao próximo, antes, pelo contrário, a pessoa deve querer fazer o bem ao próximo na mesma proporção que gosta de fazer o bem a si mesmo.
Ao ler os evangelhos, aprendemos o tempo todo que Jesus não humilha as pessoas. Ao contrário, Ele conserta vidas quebrantadas, levanta o ânimo dos abatidos, demonstrando amor e misericórdia até mesmo para com os abandonados e excluídos pela sociedade hipócrita e injusta, que insiste em tratar as pessoas pela aparência, esquecendo-se que Deus dá importância à disposição e caráter interiores do ser humano. Infelizmente, tanto o homem de ontem, quanto o de hoje que não tem a visão de Cristo, tem a forte tendência de julgar seu semelhante pela a aparência, porém em 1º Samuel 16.7, o Senhor Deus disse ao Profeta: “Não atentes para a aparência, porque o Senhor não vê como vê o homem. Pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração”.
Outrossim, Jesus mostra a ineficácia da religiosidade aparente. Nem o levita nem o sacerdote, conhecedores da palavra, demonstraram amor e misericórdia para com o homem ferido. Porém, um samaritano, raça desprezada pelos judeus teve a atitude de amor que a lei exigia. Em I João 4.20 lemos que: “Se alguém diz que ama a Deus, mas odeia o seu próximo, esse é mentiroso, pois quem não ama o seu próximo a quem vê, não pode amar a Deus a quem não vê?” Para Jesus não há fronteiras, nem raça, nem cor, nem crença, nem condição social.
Caro leitor, o objetivo desta simples mensagem, é levá-lo a pensar sobre seu semelhante. É preciso refletir sobre o nosso passado e a partir daí, olharmos para o nosso próximo com olhar de amor e misericórdia. Outro dia, lendo a Bíblia li um versículo que revolucionou meu ministério. O texto é Tiago 2.13 e está escrito assim: “Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia, e a misericórdia triunfa do juízo”. O que aprendo aqui, é que há momentos que aos olhos da lei, um transgressor merece ser punido ou condenado. Todavia, se você exercer misericórdia como o seu próximo, você poderá ver a misericórdia triunfar sobre o juízo.
Portanto, exerça um ministério de misericórdia. Saiba que o seu olhar reflete o que vai ao seu coração, e Deus o vê como ele realmente é. Ele não julga pela aparência. Lembre-se de uma coisa, mesmo que a pessoa não comungue de nossa fé, se está precisando de ajuda e podemos ajudar, não devemos negar misericórdia. Lembre-se ainda, quando alguém pede misericórdia e negamos, estamos destruindo a ponte que nos levará para o outro lado do abismo lá frente. Em dias, que o individualismo está extremamente em voga, precisamos lembrar que principal mandamento de Deus é: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.
Deus vos abençoe.