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DEVOCIONAL

Estabelecendo limites

Por Administrador | 15/10/2014

Pr. Isaac Vicente Ribeiro

“Não removas os limites antigos que fizeram teus pais” (Provérbios 22.28)

Um dos maiores equívocos do homem moderno, é achar que pode viver melhor, sem estabelecer regras quanto à maneira de viver. Outro dia, ouvi atentamente, as palavras de um experiente professor que com voz de lamento, dizia que nunca ouve dias tão difíceis, quanto os que estamos vivendo, com relação à disciplina dos alunos. Desobediência, rebeldia, falta de compromisso, desinteresse pelos estudos, foram alguns dos problemas que ele enumerou. Por outro lado, no exercício de meu ministério pastoral, e tendo como ferramenta principal de trabalho, a orientação cristã, sinto o mesmo na pele. Percebo a dificuldade que muita gente encontra, no gerenciamento do seu próprio comportamento, de modo que não consegue impor limites em suas próprias vidas cooperando assim, sensivelmente para agravar a situação.

Infelizmente, a atual sociedade, especialmente esta jovem geração, vem perdendo este princípio, de modo que muitos, nem gostam da palavra “limite”, por achar que impor limites evoca a imagem de um obstáculo, uma barreira à intimidade ou mesmo em empecilho para o crescimento. Todavia, na minha modesta maneira de ver as coisas, penso que se nós entendermos o que os limites são e fazem, eles poderão tornar-se, em uma das armas mais importantes da nossa vida, rumo a conquista do amor, da felicidade e tudo isto com responsabilidade e liberdade.

Mas o que é limite? Limite é a linha divisória, gravada em nossa consciência, que nos indica perigo, quando se deseja ultrapassada-la. Da mesma forma, como um muro que marca onde termina o seu terreno e começa o do vizinho, os limites pessoais distinguem a sua propriedade sentimental ou interior da dos outros. Você não consegue ver os seus próprios limites, no entanto, percebe quando você os ultrapassa ou mesmo quando alguém invade o seu espaço. Imagine uma pessoa que tenta controlá-lo, invadindo a sua intimidade ou lhe pedindo para fazer algo que você não acha certo. Imediatamente ocorre uma espécie de protesto interior. Neste momento você percebe que seus limites foram ultrapassados.

Olhando a vida por este ângulo, os limites servem para nos mostrar o que somos e o que não somos. O que queremos e o que não queremos. Quando uma pessoa desde sua tenra idade, desenvolve a capacidade de auto definição, as coisas tornam-se mais fáceis. Isto acontece porque a pessoa se torna clara a respeito de seus valores, preferências e princípios morais que lhe faculta a resolver os problemas antes mesmo deles tomarem corpo. Por exemplo: Uma moça começa namorar um rapaz, e desde o início, deixa claro o que ela considera importante para o relacionamento, e o que espera das pessoas com a qual se relaciona. Agindo assim, ela está demarcando limites, e isto acaba ajudando os dois a evitarem exageros no relacionamento.

Por outro lado, percebo que os limites guardam o que é bom e expulsam o que é ruim. Quando não temos limites definidos, podemos nos expor a influências, ou as pessoas negativas. Em provérbios 27.12, está escrito: “O prudente percebe o perigo e se esconde, o insensato vai em frente e acaba mal”. Não seria por isto, que cada dia deparamos com tragédias, que parecem não ter explicação. Tempos atrás, os meios de comunicação veicularam a informação do filho que matou o próprio pai e feriu gravemente a mãe. E o que dizer da maneira precoce com que os adolescentes têm iniciado na vida sexual. Não nos enganemos, toda prática sexual, pré-marital é acompanhada de um sentimento de desconfiança. Ali são plantadas sementes que mais tarde irão dar frutos amargos. Certo pensador disse seguinte: “Os jovens estão ligando seus brinquedinhos de nove volts, em um gerador de 220 volts, e assim queimam todos seus fusíveis antes mesmo de terem tido oportunidade de viver”.

Neste particular, minha grande preocupação, enquanto orientador cristão, consiste em desenvolver especialmente nos jovens, a hábil capacidade de viver uma vida comedida, sem exageros, de pés bem firmes no chão, e cabeça voltada para Deus, através da fé em Cristo, visto ser este, o mais eficiente meio de se proteger, e naturalmente de se tornar vitorioso. Penso que, se as coisas estão assim, todos nós temos uma parcela de culpa. Uns por não orientar, outros por concordar e até incentivar. O que dizer do forte apelo sexual, com que nossos filhos são submetidos todos os dias, especialmente pela televisão. Então, caro leitor, que cada um de nós façamos alguma coisa para melhorar tal situação. Comecemos já, e pela nossa casa, junto aos nossos filhos. A este respeito, disse certo pedagogo: “Queres criar uma delinqüente dentro da sua casa, dê tudo que seu filho pedir”.

Deus nos ajude.

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