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Quem tem promessa não morre?

Por Administrador | 21/05/2012

Todos os homens são falhos e nenhuma promessa de Deus esteve ou estará vinculada a fidelidade do homem. Abraão, um exemplo de fé, mesmo após receber o testemunho de que creu em Deus, cometeu várias falhas. Na tentativa de auxiliar Deus a cumprir a sua promessa apresentou o seu servo damasceno Eliéser ( Gn 15:3 -4), o seu filho Ismael ( Gn 17:18 ) e riu-se da promessa ( Gn 17:17 ).

Tem razão o poeta em dizer que quem tem promessa não morre?

A mesma idéia que invalida a morte por um período de tempo para aqueles que têm promessa, também invalidaria a volta de Cristo por igual período. Se fosse desta maneira, muitos que esperam o cumprimento de alguma ‘promessa’ teriam a certeza de que não seriam surpreendidos pelo dia do Senhor por um determinado período de tempo ( 1Ts 5:1 ).

A bíblia contraria o argumento do poeta uma vez que quem tem promessa de Deus também morre!

Ela demonstra que Abraão, Isaque e Jacó tinham uma promessa de Deus, porém, morreram sem alcançá-las "Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra" ( Hb 11:13 ).

O escritor aos Hebreus também demonstra que muitos tiveram uma vida vitoriosa. Ex: Moisés, Raabe, Gideão, Baraque, Sansão, Jefté, Davi, Samuel e alguns profetas são exemplos de fé, pois venceram as adversidades confiados em Deus e alcançaram livramento conforme as promessas de Deus ainda em vida ( Hb 11:32 -34).

Do mesmo modo, ou seja, pela fé, muitos outros experimentaram a morte, a tortura, o escárnio, os açoites, as prisões, o apedrejamento, foram serrados, mortos à espada, outros eram necessitados, aflitos, maltratados, etc., o que demonstra que, muitos, embora crendo, não alcançaram livramento das agruras deste mundo.

Dentre estes servos de Deus, muitos recusaram o livramento de Deus, segundo a sua promessa, visando alcançar superior ressurreição ( Hb 11:35 b-38).

O escritor aos hebreus apresenta aos seus leitores um contraste, pois pela fé muitos venceram reinos, fecharam a boca dos leões, apagaram o poder do fogo, e outros pela mesma fé somente receberam forças para suportar toda sorte de reveses na vida. Isto demonstra que Deus faz-se presente na vida de seus servos em todas as situações e circunstâncias.

O amor e a graça de Deus são concedidos por intermédio do evangelho de igual modo para todos os que crêem, porém, o livramento de Deus diante das agruras desta vida não alcança a todos. Embora muitos tenham recebido bom testemunho pela fé, não foram vitoriosos segundo a concepção humana.

A concepção de alguém vitorioso hoje é a de uma pessoa bem sucedida financeiramente, empreendedor, cheio de bens materiais, mas, não é assim a vitória que o crente conquistou em Cristo, visto que, muitos pela fé viveram maltratados, aflitos e necessitados. Isto demonstra que a promessa de Deus vai além de questões vinculadas a livramentos com relação às agruras deste mundo "Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a tribulação que nos sobreveio na Ásia, pois que fomos sobremaneira agravados mais do que podíamos suportar, de modo tal que até da vida desesperamos" ( 2Co 1:8 ).

Quem tem promessa de Deus morre, pois para Deus vivem todos! ( Lc 20:38 ). A morte física não é empecilho para cumprimento de suas promessas e Abraão verá o cumprimento cabal das promessas de Deus. Do modo que se expressou o poeta entende-se que a morte põe termo às promessas de Deus, e NÃO é assim, pois Deus não é Deus de mortos.

Quem foi mais vitorioso: o evangelista João, que morreu velho e de morte natural ( Jo 21:22 ), ou Estevão, que foi apedrejado no início do seu ministério? ( At 7:55 -58). Quem teve maior fé, Moisés que rejeitou ser chamado filho da filha de Faraó ou Tiago, irmão de João, que foi morto ao fio da espada? ( At 12:2 ).

Pela fé ‘todos’ os personagens bíblicos citados anteriormente pelo escritor da carta aos Hebreus morreram sem alcançar as promessas "E todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa..." ( Hb 11:39 ).

Há acepção de pessoas em Deus?
Ele é injusto por dar livramento para alguns e outros não?
A promessa de Deus não é para todos os homens?

A idéia de que quem tem promessa não morre surge de uma falta de compreensão sobre o que é a promessa de Deus e como alcançá-la. Para uma melhor compreensão é preciso entender estes dois versos: “Portanto não lanceis fora a vossa confiança, que tem uma grande recompensa. Necessitais de perseverança, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, alcanceis a promessa” ( Hb 10:35 -26).

‘Não lançar fora a confiança’ é o mesmo que ‘perseverar na fé’. Qual fé? Ora, a mesma fé que uma vez foi dada aos santos: a verdade do evangelho ( Jd 1:3 ). É necessário a todos que crêem na mensagem do evangelho perseverar, pois esta é a obra perfeita que a fé produz no cristão: a perseverança ( Tg 1:4 ).

A fé sem perseverança é morta, pois esta é a obra perfeita que a fé produz no cristão!

Só alcança a promessa de Deus aqueles que fazem a sua vontade! Qual é a vontade de Deus que o homem deve fazer (executar)? Sacrifícios, rezas, imprecações, orações, jejuns, etc.? Não! A vontade de Deus é esta: ‘Que creiais naquele que Ele enviou’ ( Jo 3:23 ).

Ora, somente alcança a promessa de Deus aqueles que crêem no nome do seu Filho Jesus Cristo. É pela fé que se alcança a promessa de Deus. Ou seja, ‘fazer a vontade de Deus’ é o mesmo que ‘crer em seu Filho’. Através da crença (fé) o homem torna-se participante de uma promessa, e só é possível alcançá-la perseverando na fé.

Há uma grande diferença entre a promessa de um homem e a promessa de Deus. Enquanto o homem é falho, Deus é todo poder para cumprir com a sua palavra. Ora, desta forma temos que a promessa de Deus vincula-se a sua palavra. A promessa de Deus é firme, pois ele não pode mentir, jurou pela sua palavra e o seu eterno poder constitui-se em garantia para aqueles que nele esperam.

A bíblia apresenta aos homens uma promessa de Deus que é antes dos tempos eternos "Em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos" ( Tt 1:2 ).

Paulo demonstrou que a promessa de Deus é atemporal, visto que foi feita antes dos tempos que se medem de séculos em séculos, ou seja, na eternidade. No A. T. as promessas de Deus apontavam para o Messias, a esperança de vida eterna para a humanidade que jazia em trevas. Ele também demonstrou que todas as promessas de Deus cumprem-se em Cristo "Porque todas quantas promessas há de Deus, são nele sim, e por ele o Amém, para glória de Deus por nós" ( 2Co 1:20 ).

Observe que todas quantas promessas que Deus fez cumpre-se em Cristo para a sua própria glória. Como é isto?

Ora, quando lemos acerca de Abraão, Isaque, Jacó, Moisés, Davi, vemos que eles foram vencedores em inúmeras batalhas. Mas, qual o propósito de Deus em conceder-lhes vitória? Eles eram melhores que os demais homens? Tiveram uma fé superior? Não! Antes, as vitórias que conquistaram tinham como foco principal preservar a linhagem de Cristo.

Se considerarmos que Deus escolhe dentre os homens alguns para satisfazer os seus caprichos pessoais é porque nos esquecemos do propósito eterno de Deus, que é o de ‘convergir em Cristo todas às coisas’ ( Ef 1:10 ).

Ora, todas as promessas do Antigo Testamento visavam preservar a linhagem do Messias. Embora muitos não tenham visto o cumprimento desta promessa, morreram na fé. Estes que morreram na fé, em alguns momentos de sua vida terrena foram agraciados com livramentos pontuais, outros, porém, mesmo na fé, não tiveram igual livramento.

Portanto os cristãos não devem embaraçar-se com negócios desta vida, pois o que importa é a fé que opera pelo amor de Deus revelado em Cristo, pois em Cristo todas as promessas cumprem-se.

Observe o que disse o apóstolo João: "E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna" ( 1Jo 2:25 ). A promessa de Deus é específica: a vida eterna. Agregado a promessa de vida eterna àqueles que permanecem em Cristo, temos a promessa da presença de Cristo em todos os dias "Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém" ( Mt 28:20 ).

A ordem para ensinar a guardar as coisas que Cristo mandou tem como foco a promessa de vida eterna. A promessa para guardar os mandamentos de Cristo promove a vida eterna, bem como nunca será abandonado àqueles que nele confiam.

Cristo prometeu estar com os seus todos os dias até a consumação dos séculos e está é uma promessa válida a todos os cristãos, e mesmo assim Estevão morreu apedrejado. Ele estava só? Não!

Isto demonstra que a preocupação dos cristãos não deve se fixar em problemas, promessas pontuais ou com a morte, visto que: "Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor" ( Rm 14:8 ).

É de conhecimento que a promessa que Deus fez é a promessa de vida eterna. Ora, tal promessa é para que amemos a sua vinda e não estejamos embaraçados com as coisas desta vida "Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra" ( 2Tm 2:4 ).

Paulo recomenda que aqueles que usam deste mundo, que vivam como se dele não abusassem “E os que usam deste mundo, como se dele não abusassem, porque a aparência deste mundo passa” ( 1Co 7:31 ).

Agora chegamos à questão principal: Sobre qual tipo de promessa escreveu o poeta? De onde surgiu à concepção de que não morre quem tem promessa? De onde pode surgir uma nova promessa?

Se for por meio de profecias temos uma ressalva do apóstolo Paulo que diz: "Mas o que profetiza fala aos homens, para edificação, exortação e consolação" ( 1Co 14:3 ). A finalidade da profecia hoje não é estabelecer novas promessas, e sim exortação, consolação e edificação, pois já temos a promessa: a vida eterna!

Não é da vontade de Deus que o cristão se fixe nas coisas desta vida, e as suas promessas não dizem de coisas passageiras, tais como: bens materiais, relacionamentos humanos, viagens, ministérios, dons, etc., antes é preciso viver hoje como se Cristo voltasse agora.

Há um grande misticismo no mundo! Os homens vivem em procura de prognósticos, adivinhações, oráculos, promessas, etc. Deus não contraria a sua palavra, concedendo uma promessa pontual para o amanhã, uma vez que o dia de amanhã não nos pertence "Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal" ( Mt 6:34 ); "Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece" ( Tg 4:14 ).

Deus não invalida a sua palavra através de uma promessa pontual. Como conciliar uma promessa tendo em vista questões deste mundo com o que diz a sua palavra: o homem viverá do suor do seu rosto ( Gn 3:19 ); tudo sucede igualmente a todos os homens ( Ec 9:2 ); o tempo e a sorte ocorrem a todos e o homem não sabe a sua hora ( Ec 9:11 -12); o homem não tem como descobrir o que há de ser ( Ec 7:14 ).

Alguém pode citar Simeão. Dele temos que era homem temente a Deus e que esperava a consolação de Israel ( Lc 2:25 ). Ora, foi lhe revelado pelo Espírito, que antes de morrer haveria de ver a Salvação de Israel. Temos uma revelação, da mesma forma que teve José e Maria.

Tal revelação de Deus a Simeão serviu de sinal e testemunho aos pais do menino Jesus e àqueles que estavam no templo ( Lc 2:33 ). De igual modo serviu de sinal ao povo o anunciado pela profetiza Ana. Ora, o anunciado pela profetiza Ana e a revelação que teve Simeão foram a respeito do Cristo, e não de questões particulares.

Perceba que a revelação de Simeão serviu de sinal e testemunho ao povo de que o menino é a consolação de Israel ( Lc 2:34 -35), porém, ele morreu e não viu o seu povo consolado, pois a promessa ainda se dará no futuro.

A única profecia acerca da preservação de uma vida foi feita ao rei Ezequias: "Vai, e dize a Ezequias: Assim diz o SENHOR, o Deus de Davi teu pai: Ouvi a tua oração, e vi as tuas lágrimas; eis que acrescentarei aos teus dias quinze anos" ( Is 38:5 ), mas tal promessa era factível à época, pois não havia a promessa da iminente volta de Jesus.

O que muitos cristãos pensam em nossos dias também subiu ao coração de Ezequias: “Pois pensava: Haverá paz e segurança em meus dias” ( Is 39:8 ).

Não há promessas condicionais, visto que todas as promessas de Deus têm em Cristo o cumprimento (o sim) "Porque todas quantas promessas há de Deus, são nele sim, e por ele o Amém, para glória de Deus por nós" ( 2Co 1:20 ).

Quando se estabelece alguma condição para receber algo, já não é promessa, e sim uma recompensa. Não há promessas condicionais, pois se assim fosse estabeleceria uma dívida entre o Criador e a criatura ( Rm 4:4 ).

Todos os homens são falhos e nenhuma promessa de Deus esteve ou estará vinculada a fidelidade do homem. Abraão, um exemplo de fé, mesmo após receber o testemunho de que creu em Deus, cometeu várias falhas. Na tentativa de auxiliar Deus a cumprir a sua promessa apresentou o seu servo damasceno Eliéser ( Gn 15:3 -4), o seu filho Ismael ( Gn 17:18 ) e riu-se da promessa ( Gn 17:17 ).

Os cristãos são fiéis por estarem em Cristo, ou seja, ninguém é fiel a Cristo, antes, por estar em Cristo, na condição de nova criatura, é fiel EM Cristo ( Ef 1:1 ). Por andar na presença de Deus Abraão foi declarado perfeito (justificado) ( Gn 17:1 ). Como andar como Abraão? Por fé!

As promessas de Deus são incondicionais para que o homem possa descansar nele, pois é Ele quem trabalha para os que nele esperam (crêem) ( Is 64:4 ).

Algumas pessoas consideram o capítulo 28 de Deuteronômio como promessas condicionais, porém, é uma expressão da lei. Por que expressão da lei? Porque só é possível servir a Deus (ou obedecê-lo, ou cumprir os seus mandamentos) por meio da fé. Se fosse possível aos ouvintes da lei cumpri-la, não haveria necessidade da vinda do Messias, pois o mandamento de Deus só é possível cumprir por intermédio de Cristo.

As promessas de Deus são todas sustentadas pela sua fidelidade e Ele não fica a mercê das realizações pessoais de homem algum ( Hb 6:13 ; Am 6:8 ).

É factível que a promessa da vinda de Cristo seja protelada pela ‘promessa’ particular de que Deus dará um filho a alguém? A ‘promessa’ de uma vida farta neste mundo, ou como dizem, ‘Deus virará o seu cativeiro’, mudará os tempos que Deus estabeleceu por seu próprio poder?

O que Jesus realmente prometeu? “E Jesus, respondendo, disse: Em verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou campos, por amor de mim e do evangelho, Que não receba cem vezes tanto, já neste tempo, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e campos, com perseguições; e no século futuro a vida eterna” ( Mc 10:29 -30).

Enquanto Jesus disse que no mundo os seus seguidores teriam aflições, muitos cristãos se valem de pretensas promessas para reclamar de Deus como fez Baruque “Ai de mim! Acrescentou o Senhor tristeza à minha dor; estou cansado do meu gemido, e não acho descanso” ( Jr 45:3 ).

Porque fizeram algo, como fez Baruque ao ser escriba de Jeremias, pensam que Deus lhes deve alguma coisa. O descanso que procuram é concernente a esta vida, e desprezam o verdadeiro descanso do Senhor!

Para estes diz o Senhor: “Procuras grandezas? Não as busques. Pois eu trarei mal sobre toda a humanidade, diz o Senhor, mas a ti darei a tua alma por despojo, em todos os lugares para onde fores” ( Jr 45:5 ).

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