“Feliz é aquele que nas aflições continua fiel! Porque, depois de sair aprovado dessas aflições, receberá como prêmio à vida que Deus promete aos que o amam”. (Tiago 1.12)
Há muitas coisas que nós não entendemos até chegarmos ao céu. Dentre essas questões-sem-resposta, com as quais temos que coexistir, está à questão do sofrimento. É verdade que em nossa teologia não há lugar para a dor, sofrimento e lutas. Nossa teologia sempre vem ligada a isenção da dor e ao prazer, sendo sempre teo-ludia (teologia do prazer). Contudo, a Palavra de Deus faz-nos saber que na prática a nossa vida por vezes assume o aspecto da teo-algia (teologia da dor), ou seja, Deus falando nos através do sofrimento e da adversidade.
Em nosso ministério pastoral, por vezes nos vemos diante de algumas situações que não conseguimos uma resposta coerente que venha explicar humanamente falando, o sofrimento de algumas pessoas. A bem da verdade deve-se dizer que os sofrimentos de muita gente, são frutos de atitudes erradas e totalmente divorciadas da vontade de Deus. Nestas situações, a lei da semeadura é a melhor resposta. Mas, o que dizer para uma pessoa que sempre procurou fazer o bem, que pautou sua vida dentro da verdade, e com muita devoção procurou dar sempre, um autêntico testemunho de seguidor de Cristo e que de uma hora para outra, vê seu mundo desmoronar diante das mais variados problemas? São nestes casos que nos tornamos incapazes de uma resposta convincente, aqueles que estão sendo provados.
Porém, quando analisamos as coisas com os olhos da fé e de forma espiritual, podemos compreender que Jesus não nos prometeu apenas bonança. Pelo contrário, Ele mostra com a sua própria vida, que o sofrimento, faz parte do pacote da salvação. “Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo”. (João 16.33). Então, o que podemos dizer, é que o sofrimento potencializa os ouvidos da nossa alma para ouvirem a voz de Deus de maneira nítida. Mas não só isso, algumas lições podem ser tiradas do tempo de adversidade, as quais nos fazem saber que elas cumprem um propósito didático em nossas vidas.
Quando nos tornamos servos do Senhor, sabemos que asadversidades servem para revelar a qualidade da nossa fé. É na fornalha da tribulação que nós revelamos o tipo de fé que possuímos. Pedro diz: “Estas provações são somente para testar vossa fé, para ver se ela é ou não forte e pura” (Bíblia Viva). Se é interesseira, utilitária, circunstancial, momentânea ou incondicional, perseverante, e firmada na Palavra. Aqui só a fornalha dirá. O texto de Daniel três nos mostra esse fato na vida de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. Eles foram lançados dentro da fornalha ardente, simplesmente porque eram tementes a Deus. Percebam, que mesmo assim, Deus não impediu que eles fossem lançados, mas interviu lá dentro. Ali, aqueles três moços demonstraram que a sua fé não estava à cata de benefícios, de bênçãos, nem da própria felicidade; ela se fortalecia ao agradar a Deus, não importando se desagradava aos homens. Ela fundamentava-se na obediência à vontade revelada de Deus, não importando qual fosse a sua vontade secreta (morte ou vida); ela anelava por Deus muito mais que pela integridade de seus corpos. E foi a fornalha que revelou o quilate de sua fé.
Por fim, caro leitor, percebemos que as adversidades nos levam para mais perto do Senhor. Quando lemos esse texto, somos imediatamente conduzidos a verificar essa grande verdade. As adversidades não nos destroem, elas apenas nos levam para mais perto do Senhor. Foi na fornalha de fogo ardente que aqueles três jovens puderam usufruir o modo mais tangível da doce presença de Deus. Isso porque as adversidades não nos destroem, elas apenas servem para nos colocar mais próximos do Senhor. As únicas coisas que as chamas das adversidades conseguem destruir em nós são as cordas que nos amarram para sermos livres e desfrutarmos da benção do Senhor.
Deus vos abençoe.
