Pr. Isaac Vicente Ribeiro
“E Jesus, tendo ouvido isso, disse-lhes: Os sãos não necessitam de médico, mas sim os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores”. (Marcos 2.17)
Os desapontamentos podem ser uma fonte de grandes bênçãos, se reagirmos a eles da maneira correta. Não é saudável permanecer magoado emocionalmente como fruto de reações incorretas. Enquanto existirem pessoas, haverá desapontamentos. Devemos promover a unidade da família de Cristo, custe o que custar. Precisamos vencer os desapontamentos que surgem em nosso meio com maturidade, aprendendo a lidar com as fraquezas humanas. Não há comunidade cristã terapêutica, e nada pode ser feito nesse sentido se não houver paciência, flexibilidade, e uma compreensão mais profunda dos caminhos de Deus e das limitações humanas. Precisamos reagir como Jesus reage, com piedade. A sua piedade deve ser o nosso combustível se pretendemos chegar a algum lugar como sua igreja na terra. Não importa como seremos tratados se formos os primeiros a agir segundo o caráter de Cristo. Se for preciso devemos pagar o preço que vale. Isso tem que ser feito.
Outro dia, vi alguém fazendo um comentário mais ou menos assim: “É! fulano pecou... pecou, agora está na igreja de terno, gravata e de Bíblia na mão tentando ser santo”. Apesar de perceber que tal comentário foi feito com certo desdém, disse àquela pessoa o que Jesus certo dia disse aos fariseus e escribas de sua época: “Os sãos não necessitam de médico, mas sim os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores”. Se tem uma classe de pessoas que Jesus ama, esta é a dos pecadores. É verdade que o Senhor se aborrece com o pecado, porém sempre amou o pecador. Alías, não podemos nos esquecer que foi este o motivo que Deus nos deu Jesus. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. (João 3:16)
O verdadeiro cristão não se limita aos rótulos, ele suplanta a expectativa alheia buscando ser imitador apenas de Cristo. Sua regra é viver à sua semelhança, cumprir o seu papel de servo na defesa dos interesses do dono da igreja. Mesmo quando cai pela milésima vez, sua marca, contrariando os “especuladores”, que além de não fazerem nada, apostam no fracasso dos que fazem, é ressurgir melhorado pelo agir restaurador do Espírito. Alguns dos nossos desapontamentos provêm das expectativas irreais que temos uns dos outros. Ser cristão nunca significou ser autônomo ou perfeito, mas, sim, dependente de Deus. Precisamos aprender a suportar a fraqueza do nosso irmão como suportamos a nossa própria. Ah, Se os outros soubessem o que somos se conhecessem nossas fraquezas. É por isto que ninguém de boa consciência pode julgar-se suficiente diante da possibilidade iminente de fracassar.
Caro leitor se vivemos dias turbulentos de solidão e abandono, porque desapontamos alguém ou fomos desapontados por outrem, voltemos os nossos olhos para o Senhor, até que, pela sua piedade e pelo seu trato, sejamos aperfeiçoados e melhorados. Ninguém melhor do que Deus para ajudar nas nossas fraquezas. E aqueles que já foram alcançados pela graça de Deus precisam saber que ninguém melhora sem que a fidelidade do Senhor o aflija, sem que o seu fogo queime suas mazelas até não restar mais sinal delas. O grande desafio do povo de Deus é dar todo apoio necessário àqueles que com a alma enferma, estão à procura de restauração, e neste particular a igreja precisa ser o ponto de apoio para que tais pessoas sejam de fato transformadas.
Deus vos abençoe.