“Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”. João 16.33
A vida cristã não é um seguro contra os problemas da vida. Não somos poupados das aflições, simplesmente pelo fato de servimos a Deus. Estamos sujeitos às mesmas crises que assolam todos os mortais. O que diferencia aqueles que servem a Deus dos que não servem, não são as circunstâncias, mas como reagimos a elas. O cristão é alguém que deve ter uma percepção clara da soberania de Deus em sua vida. De forma consciente, sabe que os problemas não acontecem por um determinismo cego, nem encara os acontecimentos como resultados do acaso. Mesmo entrincheirado por circunstâncias adversas, o cristão entende que todas as coisas cooperam para o seu bem. Assim, mesmo no vale, ele não descrê do amoroso propósito de Deus e da possibilidade da sua intervenção libertadora. Sem sombras de dúvidas, ser feliz ou triste é resultado das nossas escolhas. Porém, pode ser que alguém que esteja lendo desta mensagem venha perguntar a si mesmo: Mas quem é que em plena consciência escolhe ser triste? É verdade. No entanto, o que queremos provar com esta reflexão, é que por mais ignorantes que sejamos, temos a capacidade dada pelo Criador de refletir através da nossa razão, que tudo aquilo que fazemos sem consultar o nosso Deus, ou pior, tudo que fazemos divorciados da sua vontade, cedo ou mais tarde nos levará a tristeza. Outro aspecto que não pode deixar de ser falado é que o verdadeiro cristão não depende das circunstâncias terrenas para ser feliz, porque se assim fosse, ninguém seria feliz em um mundo onde tragédias acontecem uma atrás da outra.
Diante destes fatos, é preciso dizer que o cristão não é apenas alguém resignado. Também ele não é um conformista. Ele apenas reage de forma corajosa quando é acuado pelas crises. Na hora do aperto, ele não se encaverna picado pelo veneno da autocomiseração. O cristão não é poupado do vale, mas não se capitula no vale; antes, o transforma num manancial. Ele pega a pedra que fere os seus pés e faz dela uma ferramenta de trabalho. Ele recolhe as flechas envenenadas que são atiradas contra ele e joga na fogueira de Cristo, e não as devolve em um gesto de vingança. Ele, mesmo injustiçado e traído pelas pessoas mais íntimas, não permite que seu coração seja um porão de revolta, mas aguarda o momento de pagar o mal com o bem. O verdadeiro cristão é alguém que ora pelos seus inimigos e abençoa a quem o maldiz. O cristão aprendeu com Jesus a ser manso e humilde de coração, por isso, não vive brigando por seus direitos, pelo contrário, em muitos casos resolve sofrer o dano a alimentar uma injustiça. Caros leitores, a arma do cristão é o amor. Sua força maior é o perdão. Sua confiança absoluta é que Jesus está na sala de comando da sua vida e por conta isso, não se desespera, pois sabe que o Senhor julga a sua causa e que o toma pela sua mão direita. Guia com o seu conselho eterno e depois o recebe na glória. Ele pode fazer cessar o vento contrário que nos açoita. Ele pode acalmar o vendaval da nossa vida. Ele pode nos levar em segurança ao lar celestial. Ele pode reverter situações humanamente impossíveis. Ele está no trono. Ele jamais abriu mão de ser Deus de nossas vidas. Ele opera maravilhas ainda hoje. Ele pode transformar os nossos vales em mananciais. Portanto, saiba que por mais difícil que seja seu momento, Deus está conosco.
Deus vos abençoe.