“Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando vos darão; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo”. Lucas 6.38.
Um dos principais obstáculos para vivermos o Evangelho de Jesus em toda a sua plenitude é a tremenda dificuldade que temos de nos desprendermos de nós mesmos e dar um pouco do que temos para Deus e para os outros. Infelizmente, as palavras do Senhor “mais bem-aventurado é dar que receber” (Atos, 20.35) continuam sendo uma fronteira desconhecida e inexplorada por boa parte dos cristãos, cujos estreitos horizontes não passam d'além dos seus próprios interesses. Mas, por que dar? Por que segundo Jesus, dar é tão importante para a nossa própria felicidade quanto receber. A grande verdade, é que existe uma lei que rege o mundo físico que é a lei do fluxo e refluxo. Esta lei determina que só recebe aquele que exercita a graça de dar de si mesmo. À medida que nós damos (fluxo), nós recebemos (refluxo). Jesus decodificou essa lei do Pai quando sublinhou a palavras que destacamos acima “dai, e ser-vos-á dado, boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também”. A lei da semeadura nos ensina, que aquilo que plantamos, determina o que colheremos. Ninguém planta arroz e colhe feijão. Assim, quando aprendemos a semear coisas boas, lá na frente colheremos coisas boas, ou se nada plantamos, ou plantamos o mal, certamente receberemos o que plantamos. Tudo o que Deus espera de nós, é que na medida que ele nos confie algo, tenhamos o desejo de compartilhar com os outros e com Ele. Quando isto acontece, o retorno é sempre maior do que aquilo que nós damos. Aquilo que damos, volta infinitamente maior. O retorno sempre será maior que o investimento.
Corroborando esta grande verdade, o apóstolo São Paulo, inspirado por Deus, disse em II Coríntios 9. 10: “Ora, aquele que dá a semente ao que semeia e pão para comer também multiplicará a vossa sementeira e aumentará os frutos da vossa justiça. Para que em tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz que por nós se dêem graças a Deus”. Aqui está o problema que nos impede de dar o que temos para Deus e para o próximo. Quando damos, o fazemos achando que estamos sempre ajudando os outros e nunca nós mesmos. Não atinamos para o fato de que ao dar o nosso pão, não estamos ajudando apenas alguém, mas principalmente a nós mesmos. Porque repito, o retorno sempre será infinitamente maior do que aquilo que nós investimos. Quando Deus pede para nós darmos alguma coisa, por mais precioso que pareça ser, é porque Ele quer nos dar em troca algo maior e mais importante. Olhando para algumas pessoas para quem a vida nunca dá nada, nunca lhes sorri, para quem Deus nunca deu nada de bom, muitas vezes é justamente, porque estas pessoas, não desenvolveram a graça de dar de si mesmo para outros e para Deus. Não entenderam que na contabilidade de Deus e da vida, é dando que se recebe, é dividindo que se soma, é deixando escorrer de nós o fluxo da graça de dar, que somos inundados pelos refluxos generosos da graça de viver. Caro leitor, pense sobre isto, questione a si mesmo, veja o que tens feito, para diminuir o sofrimento de seu próximo, e não faça isto apenas no final do ano, às vésperas do natal, mas, enquanto Deus nos der vida e saúde, sejamos instrumentos de Deus e sua justiça.
Deus vos abençoe.