Vivemos em um período, onde o desejo de “ser” é explícito, nunca a necessidade de cargos como status foi tão aclamada. Lembremos de uma época, onde a sociedade era transformada por idéias, onde o pensamento iluminista antecedia os embates corporais. Período capaz de aflorar no homem, um sentimento revolucionista, mas deixemos bem claro que; sentimento revolucionista sim, no sentindo de mudanças, melhorias, embasado e estruturado em uma idéia concreta. Ao voltar esse pensamento para nossa vida cristã, temos uma ferramenta capaz de nos dar e aflorar em nossas mentes, todos os critérios necessários para o melhoramento de nossas atividades. A Bíblia precisa ser nossa ferramenta iluminista: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho - Salmo 119:105”
Precisamos sem mais espera, ter em mente um pensamento crítico, capaz de conscientizar “crentes e músicos”, a idéia de que posição sempre traz consigo responsabilidades proporcionais e que cargos sempre geram encargos. A idéia de “ser” exige também a idéia do “saber”, “pelo menos deveria!”
Formação, conhecimento, tecnicismo, são itens que transcendem cargos e funções. Estão muito além de qualquer presunção feudal, onde os papéis dos senhores de engenhos tinham uma imagem de soberania e grandeza, e por baixo vinham os trabalhadores, escravos. Relacionemos dentre este contexto a seguinte interrogação: O que existe dentro das igrejas? Músicos, crentes e preparados, tanto tecnicamente quanto espiritualmente? Ou será que existe: Pessoas sem capacitação, sem chamado, que exerce a função simplesmente para massagear seu ego?
De uma coisa eu tenho certeza, dentro da igreja temos todos os tipos de profissionais: Como por exemplo: médicos, dentistas, jornalistas e claro: “músicos”. E nessa que encontramos e nos debatemos com algumas questões importantes, dignas de reflexão.
Antes de mais nada, deixemos claro a importância que um músico exerce na liturgia de um culto. Essa classe sempre teve um papel primordial no que se diz respeito à elevação do espírito do homem a Deus: Como dizia Santo Agostinho: “A música é a arte que consegue com mais facilidade elevar o espírito do homem a Deus – (De Musica – 389 d.C.). Vemos aí, que grandes mestres do cristianismo já colocavam a música em condições de destaque entre as outras artes, e realmente, não podemos negar que a música possui essa característica perturbadora de afetos. Mas antes de ser músicos, estes precisam ser crentes, convertidos, preparados para este trabalho, que não é fácil.
Ao estudar os Levitas no velho testamento, entendemos que a função que eles exerciam, exigia todo um preparo, tanto físico como espiritual, a purificação e a santificação eram fatores imprescindíveis – “Os Levitas se purificaram e lavaram as suas vestes, e Arão os apresentou perante o Senhor como oferta movida, e fez expiação por eles, para purificá-los – Números 8.21”. Precisamos entender que o trabalho musical exercido na igreja, como qualquer outro trabalho, precisa ser de qualidade. Muitos querem ser músicos, devido ao status, a posição de destaque que possuem, mas nem todos querem entrar pelo caminho certo, o caminho do estudo, da capacitação, do esforço, da santificação, ou seja, visam um resultado enganoso, tendencioso. Não querem construir sua casa na rocha, e sim na areia – “Bem aventurado o homem que encontra sabedoria, e o homem que adquire conhecimento – Provérbios 3:13”
Precisamos nos atentar que ser Levita na casa do Senhor, é honroso e Deus tem recompensa para cada um segundo as suas obras. Mas nos precavemos em andar pelo caminho certo, talvez o mais longo, mas que no porvir os resultados serão maiores. “Crescei na Graça e no Conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A Ele seja dada a glória, assim, agora, como até o dia da eternidade. Amém – II Pedro 3.18.
Rinaldo Caetano
DEMADEF
Departamento de Música da Assembléia de Deus de Franca