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Os planos e projetos humanos

Por Administrador | 19/12/2013

"O coração do homem pode fazer planos (aos homens pertencem os planos), mas a resposta certa dos lábios vem do Senhor. Todos os caminhos do homem são puros aos seus pró[rios olhos, mas o Senhor pesa o espírito (avalia os motivos). Confia ao Senhor as tuas obras (tudo o que fizerdes), e os teus desígnios serão estabelecidos (eos teus planos serão bem sucedidos)" (Pv. 16:1-3).

"O coração do homem traça o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos" (Pv. 16:9).

"Há caminho que parece direito ao homem, mas afinal são caminhos de morte" (Pv. 16:25).

"Onde não há conselho fracassam os projetos, mas com os muitos conselheiros, há bom êxito" (Pv. 15:22).

Nós temos conhecimento dos Planos Eternos de Deus, sobre a vontade soberana de Deus no universo e nas vidas de cada um de nós. Mas o que as Escrituras nos dizem sobre os planos humanos?

O livro de Provérbios nos é especialmente útil neste sentido. Nós podemos definir provérbio como sabedoria concentrada. São frases que resumem ensinos necessários à vida humana. Mas o Livro de Provérbios é muito mais do que isso: tem a chancela divina. É inspirado.

Alguns dos ensinos mais diretos e relevantes sobre o assunto (Os Planos e Projetos Humanos), são encontrados neste livro, especialmente no capítulo 16.

Observemos rapidamente estes textos que falam de planos, projetos ou caminhos humanos, em busca de orientação para as nossas vidas.

O que eles nos ensinam?

A Legitimidade dos Planos Humanos

Estes textos nos ensinam que os planos e os projetos humanos são legítimos. Os animais são direcionados pelo instinto, eles não têm planos, são movidos pela satisfação das suas necessidades físicas. Mas não pode ser assim com os seres humanos racionais. Nos compete fazer planos, traçar caminhos, estabelecer propósitos e metas na vida.

Jesus ilustra a legitimidade dos projetos humanos com a seguinte pergunta:

"Pois, qual de vós, pretendendo construir uma torre não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir? Para não suceder que, tendo lançados os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a virem zombem dele dizendo: este homem começou a construir e não pode acabar". (Lc.14:28-30)

Por outro lado, a preocupação excessiva pela vida não é lícita. Temos que confiar na fidelidade de Deus. Mas a negligência e ociosidade são igualmente ilícitas. Ao mesmo tempo em que as Escrituras condenam a solicitude pela vida, não apresentam a formiga como modelo de prudência, por armazenar no verão o alimento para comer no inverno. (Pv. 6:6-11; 30:25)

O Perigo dos Planos Humanos

Mas o coração do homem é enganoso e precisamos reconhecer isso. A nossa capacidade de avaliação da retidão e pureza dos nossos projetos é muito falha. Nós somos tentados a considerar os nossos caminhos sempre retos aos nossos próprios olhos. Entretanto, caminhos que nos parecem retos, são estradas perigosas que levam a precipícios mortais.

Cuidado com a avareza
Nos nossos planos devemos Ter cuidado especial contra o perigo da avareza, que está intimamente ligado ao desejo de riqueza.

Neste sentido o apóstolo Paulo adverte Timóteo: "Ora, os que querem ficar ricos caem em tentações e ciladas, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; e alguns, nesta cobiça, se desviaram da fé, e a si mesmos se atormentaram com muitas dores". (1Tm. 6:9-10)

Nossos planos de riqueza podem esconder perigosas ciladas para nossa alma. Tenhamos cuidado.

Jesus mesmo advertiu os seus discípulos contra o perigo da avareza dizendo: "Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância de bens que possui"(Lc.12:15). E contou-lhes uma parábola para ilustrar sua advertência: a parábola de um rico agricultor que construi celeiros cada vez maiores para armazenas sua produção, com o propósito de satisfazer a carne, mas não fez nenhuma provisão para sua alma. Conclusão da parábola: "Mas Deus lhe diz: louco, esta mesma noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus"(Lc. 12:20-21).

Cuidado com a auto-suficiência
Outro perigo que pode estar por trás dos nossos planos é a auto-suficiência, a arrogância. Se os nossos planos são absolutos, se não dependem da vontade de Deus, é bem provável que se constituam em caminho de morte. Se pensamos que podemos contar com o futuro, e dispor dele como nos aprouver, demonstramos insensatez e estamos completamente enganados.

Este mesmo capítulo 16 de Provérbios nos adverte: "A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito a queda" (Pv.16:18).

Muitas pessoas parecem administrar suas vidas como se tudo dependesse apenas delas, como se fossem auto-suficientes, senhores absolutos de suas vidas e destino. Mas nós não podemos contar com o futuro. Nós ignoramos completamente o que ele nos trará. Agir como se fôssemos senhores de nosso futuro é pecado. Melhor é fazermos bom uso do presente.

Recorramos a carta de Tiago (prática como o livro de Provérbios), e atentemos a sua advertência: "Atendei agora voz que dizeis: hoje ou amanhã iremos para cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos e teremos lucro. Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois apenas como neblina que aparece por instante e logo se dissipa. Em vez disso, devíeis dizer: se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo. Agora, entretanto, vos jactais das vossas arrogantes pretensões. Toda jactância semelhante a essa é maligna" (Tg.4:13-16).

O homem não pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida. Ele está inteiramente nas mãos do Todo-Poderoso, e deve reconhecer sua incapacidade para dirigir sua vida à parte de Deus; quanto mais o futuro! Nós não temos nenhum controle sobre ele, e temos de depender inteiramente de Deus. Por isso, nossos lábios devem aprender a pronunciar com mais frequência esta pequena frase: Se o Senhor quiser. Mais importante ainda, nossas mentes, vontades, desejos, planos e projetos para o futuro devem estar impregnados desta atitude. Não como nota de rodapé, mas como conteúdo.

Os planos são legítimos, mas cuidado com a avareza e com a arrogância; com o amor ao dinheiro e com a auto-suficiência. A vida de um homem não consiste na abundância de bens; nem tem ele domínio algum sobre o seu futuro.

A Atitude Sábia com Relação aos Planos Humanos

Qual então, é a atitude sábia com relação ao assunto? Como podemos agir com sabedoria, ao traçarmos nossos planos para o futuro?

Confiar nossos planos ao Senhor
Devemos confiar ao Senhor os nossos planos, se desejarmos que tais planos sejam caminhos de vida. Podemos traçar os caminhos, mas conscientes da nossa falibilidade, devemos deixar que o Senhor nos dirija os passos.

"Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento, reconhece-O em todos os teus caminhos, e Ele endireitará as tuas veredas"(Pv.3:5-6).

Nossos planos devem ser traçados com humildade, na dependência de Deus. Não como se fôssemos senhores do nosso futuro, mas como alguém que reconhece que depende inteiramente da vontade de Deus.

Crer na soberania absoluta de Deus sobre o universo
Isto implica em reconhecermos a soberania de Deus sobre as nossas vidas. Em reconhecermos que o Senhor tem um plano eterno, perfeito e imutável. E que Ele faz todas as coisas de acordo com o conselho da Sua própria vontade.

Planejar de conformidade com a vontade revelada de Deus
Implica também, que nossos planos devem ser traçados à luz da revelação bíblica como um todo. Objetivamente falando, este é o pré-requisito fundamental para o sucesso dos nossos planos. Que eles estejam de acordo com a vontade de Deus revelada nas Escrituras.

As Escrituras estão repletas de princípios gerais que devem nortear as nossa vidas. Se nossos projetos contrariam estes princípios gerais, não podemos esperar a bênção de Deus sobre eles. Não podemos acalentar que, de algum modo, possam ser projetos corretos.

Para isso precisamos os empenhar para conhecê-la bem e nos exercitarmos na piedade, a fim de que possamos estar dispostos a nos submeter a ela. De outro modo, embora conhecendo a vontade de Deus, estaremos de tal modo escravos da vontade da carne e dos nossos próprios pensamentos, que não conseguiremos levar nossos planos cativos a obediência de Cristo.

Não dispensar os conselheiros
Além do que já foi dito, as Escrituras nos ensinam que não podemos dispensar os conselheiros: "Onde não há conselho fracassam os projetos, mas com os muitos conselheiros, há bom êxito"(Pv.15:22).

Há pessoas mais idosas com as quais podemos nos aconselhar. Os filhos devem recorrer aos pais - em algumas ocasiões os pais também devem recorrer aos filhos. O conselho de irmãos em Cristo mais experientes, e de pastores, podem determinar o bom êxito dos nossos projetos. Enquanto que onde não há conselheiros, muitos fracassos podem ser esperados.

É espantoso ver como determinadas pessoas nunca solicitam conselhos.

Concluindo

Logo estaremos começando um novo ano. Faremos bem em considerar nossas vidas, fazer um balanço em todas as áreas e fazer planos para o futuro; planos relacionados aos nossos estudos, profissão, relacionamentos e, especialmente, planos espirituais. Em que temos errado? Do que temos que nos arrepender? O que temos que fazer para viver de modo que agrade mais ao nosso Senhor? Como servi-lO melhor?

Planejar é lícito mas temos que estar alertas contra os perigos de nos concentrarmos nas riquezas e da não dependência de Deus. Ambas as atitudes são tremendamente perigosas e antecedem a queda, a ruína e a perdição.

Nossos planos para o futuro tem que ser feitos no Senhor; temos que reconhecer que Ele é o Senhor absoluto da nossa vida e do nosso futuro. Temos que pacientemente aguardar que Ele nos dirija os passos, e traçar nossos planos à luz da revelação especial das Escrituras.

Fonte: http://www.ipfarol.com.br/estudos.asp?id_estudo=18

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