Por: Pr. Isaac Ribeiro
“Então Pedro, aproximando-se de Jesus disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei ? até sete ?” .(Mateus. 18.21)
As decepções que às vezes temos em nossa vida, podem ser uma fonte de grandes bênçãos, se reagirmos a elas da maneira correta. Não é saudável permanecer magoado emocionalmente como fruto de reações incorretas. Enquanto existirem pessoas, haverá erros e como cristãos devemos promover a unidade da família de Cristo, custe o que custar. Precisamos vencer os desapontamentos que surgem em nosso meio com maturidade, aprendendo a lidar com as fraquezas humanas. Não há comunidade cristã perfeita, e nada pode ser feito nesse sentido se não houver paciência, flexibilidade, e uma profunda compreensão dos caminhos de Deus e das limitações humanas. Precisamos aprender a reagir como Jesus reage, com piedade. A sua piedade deve ser o nosso combustível se pretendemos chegar a algum lugar como sua igreja na terra. Devemos deixar cair por terra nossos preconceitos e ultrapassados valores humanos. Não importa como seremos tratados se formos os primeiros a agir segundo o caráter de Cristo. Se for preciso devemos pagar o preço que vale. Isso tem que ser feito!
O verdadeiro cristão não se limita aos rótulos, ele suplanta a expectativa alheia buscando ser imitador apenas de Cristo. Sua regra é viver à sua semelhança, cumprir o seu papel de servo na defesa dos interesses do dono da igreja. Há uma diferença enorme entre ser conivente com o pecado, a ser um profundo ajudador de pessoas que vivem fracassando. Alguns dos nossos desapontamentos provêm das expectativas exageradas que temos uns dos outros. Ser cristão nunca significou ser autônomo ou perfeito, mas, sim, dependente! Precisamos aprender a suportar a fraqueza do nosso irmão como suportamos a nossa própria. “Quem me livrará do corpo dessa morte?” - Ah, se os outros soubessem o que somos, se conhecessem nossas fraquezas... Ninguém de boa consciência julga-se suficiente diante da possibilidade iminente de fracassar.
Certo dia, Pedro indagou a Jesus da seguinte forma: “Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete..” Jesus em reposta a sua pergunta exclama: “Não te digo que até sete, mas até setenta vezes sete”. Jesus queria dizer com isto que o perdão é ilimitado, não há um número exato de vezes, a perdoar nosso irmão. A partir desta resposta, o mestre ilustra este assunto contando a parábola do credor incompassivo. Está registrada em (Mateus. 18. 23-35). Eis o teor da parábola: “Porque o Reino do Céu é como um rei que resolveu fazer um acerto de contas com os seus empregados. Logo no começo trouxeram um que lhe devia milhões de moedas de prata. Mas o empregado não tinha dinheiro para pagar. Então, para pagar a dívida, o seu Senhor, ordenou que fossem vendidos como escravos o empregado, a sua esposa e os seus filhos e que fosse vendido também tudo o que ele possuía. Mas o empregado se ajoelhou diante do seu Senhor e pediu: “Tenha paciência comigo, e eu pagarei tudo ao senhor. O Rei teve pena dele, perdoou a dívida e deixou que ele fosse embora.
Com a dívida perdoada, o empregado saiu dali e encontrou um dos seus companheiros de trabalho que lhe devia cem moedas de prata. Ele pegou esse companheiro pelo pescoço e começou a sacudi-lo, dizendo: “Pague o que me deve”. Então o seu companheiro se ajoelhou e pediu da mesma forma que havia pedido ao seu Senhor: “Tenha paciência comigo, e eu lhe pagarei tudo”. Mas ele não concordou. Pelo contrário, mandou pôr o outro na cadeia até que pagasse a dívida. Quando os outros empregados viram o que havia acontecido, ficaram revoltados e foram contar tudo ao Rei. Assim, o Rei chamou novamente aquele servo e disse: “servo egoísta e ingrato! Você me pediu, e por isso eu perdoei tudo o que você me devia. Portanto, você deveria ter pena do seu companheiro, como eu tive pena de você.” O Rei ficou com muita raiva e mandou o empregado para a cadeia a fim de ser castigado até que pagasse toda a dívida. E Jesus terminou a parábola dizendo: “Assim vos fará também meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão sua ofensas”.
Caros leitores, para nossa melhor compreensão, o servo que devia milhões de prata ao seu Senhor somos nós, e mediante nosso pedido de misericórdia fomos perdoados, todavia quantas vezes, não agimos da mesma forma com nossos devedores. Vamos pensar sobre isto, saibamos que aqueles que não perdoam, também perderão a benção do perdão. O melhor a fazer, é desenvolver o verdadeiro exercício do perdão.
Deus vos abençoe.