Pr. Isaac Vicente Ribeiro
“E disse aos seus discípulos: Portanto, vos digo: não estejais apreensivos pela vossa vida, sobre o que comereis, nem pelo corpo, sobre o que vestireis. Mais é a vida do que o sustento, e o corpo, mais do que as vestes?” (Mt. 6.25)
Nossa concepção de riqueza é muito medíocre, por isso nossa geração é tão infeliz. Passamos à vida toda correndo atrás de tesouros que, quando não são perdidos, roubados ou desgastados pelo tempo, simplesmente não são gozados e muito menos levados conosco quando de nossa morte. A angústia que muitos de nós passamos nestes dias, decorre justamente de uma incompreensão da doutrina da simplicidade cristã, que redunda na aniquilação da preocupação e da ansiedade. Jesus era um contador de histórias. Sabia que as histórias chegam mais no fundo do coração das pessoas do que as palavras feitas num discurso frio e metódico. Quantas vezes as parábolas e ensinamentos de Jesus nasceram, quando Ele observava as pessoas nos seus afazeres, ou na contemplação da própria natureza. Os versos acima foram proferidos depois de um ganancioso jovem pedir para que Jesus resolvesse uma questão de divisão de herança. Foi neste momento que, Ele chama seus discípulos e começa a ensinar sobre o que é prioridade na vida.
Será que não nos faz bem pensar no que é realmente prioridade na vida? Quando não sabemos responder tal questão, ficamos vagando de um lado para o outro, correndo atrás de uma riqueza que não nos torna ricos, de uma alegria que não torna felizes, de uma segurança que não nos torna seguros. Quando invertemos as prioridades, simplesmente nos iludimos e só sofre de desilusão quem se ilude. Se nossa confiança e segurança estão nas coisas que temos ou nas que fazemos, então é melhor vender ou distribuí-las. Jesus não está dizendo que não podemos ter as coisas, nem que Ter dinheiro é pecado. O pecado consiste em atribuir às coisas o valor que elas não possuem, e a melhor forma de saber que valor as coisas têm para nós é se estamos dispostos a nos desfazer delas. Este é justamente o texto do verso 34: “onde está o vosso tesouro, aí estará o vosso coração”. O nosso coração está naquilo que mais damos valor. É por isso que, se colocarmos nosso coração nas coisas das quais podemos ser privados, correremos o risco de ser infelizes. Ninguém em sã consciência pode negar a importância de se Ter o necessário para viver. Jesus nunca fez apologia à pobreza, mas também em momento nenhum incentivou as pessoas a serem tão exageradas na busca de bens terrenos, como tem demonstrado o homem moderno, a ponto de colocar o reino de Deus em segundo plano.
A Bíblia descreve a avareza como um dos mais graves pecados. Colossenses 3.5 está escrito: “Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: a prostituição, a impureza, o apetite desordenado a vil concupiscência , e a avareza, que é idolatria”. Mas o que é a avareza? Avareza significa amor exagerado pelo dinheiro. Todos os grandes conflitos que existem no mundo, têm origem na sua maioria, no dinheiro. Quantas pessoas, possuem mais do que precisam e quantas outras, não possuem se quer o necessário para sobreviver. E o pior de tudo isto, é que por mais que as pessoas acumulem bens, a grande maioria, jamais conseguem se satisfazerem. Estão sempre em busca de mais, quando na verdade, deveriam olhar para aquelas pessoas menos favorecidas, e compartilhar de seus bens com as mesmas.
Caro leitor, Jesus diz: “busque o reino de Deus, coloque seu coração no reino de Deus. Você não recebe o reino pelo que você tem ou faz, mas pela graça de Deus”. Portanto, isso nos traz a segurança de saber que Deus sempre nos guardará em suas mãos, e que Ele sempre estará pronto a prover nossas necessidades, desde que estejamos voltados de todo coração para o seu reino. Se existem pessoas infelizes nesta área, não é culpa de Deus, saibam que isto são conseqüências da inversão dos valores estabelecidos pelo próprio Deus. Pensem nisto.
Deus vos abençoe.