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DEVOCIONAL

De acusadores a réus

Por Administrador | 04/05/2015

Pr. Isaac Vicente Ribeiro

“Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela”.
(João, 8.7)

Com estas palavras Jesus despediu uma mulher trazida até a sua presença por fariseus e mestres da lei no pátio do Templo. Este encontro, registrado no capítulo oito de João, é fonte de muitas lições sobre uma espiritualidade fundamentada no princípio do amor, manifesto através de atos de compreensão e misericórdia. Quando a mulher chegou até a presença de Jesus, já estava sentenciada e praticamente executada. Os homens que a levaram àquela situação queriam apenas usá-la para incriminar Jesus por suas próprias palavras. Queriam que o mestre incorresse no erro do contraditório, ou seja, se dissesse que não deviam condená-la estaria infligindo à lei que foi dada por Deus a Moisés, e naturalmente dando-lhes ferramentas para incriminá-lo. Por outro lado, se dissesse para condená-la, a sua atitude seria usada, como argumento de que pregava o amor, mas não praticava o mesmo. Mas como o nosso mestre sempre, falou da maneira certa na hora certa, agiu da seguinte maneira:

Primeiro, ignorou a chegada dos religiosos, sempre tão prestigiados pela população em geral. Foi necessário insistirem muito para que Jesus lhes dirigisse a palavra. Parecia estar mais interessado num desenho na areia, do que propriamente naquele assunto. Quando resolve quebrar o silêncio, dirige-se aos religiosos e diz: “Quem de vocês estiver sem pecado, que seja o primeiro a atirar uma pedra nesta mulher” e volta a escrever no chão. Estas palavras invertem as posições. De acusadores, os religiosos passam a réus de suas próprias consciências, e começando pelos mais velhos até os mais novos, todos emudecidos, deixam o local.

Em seguida, Jesus pergunta à mulher onde estavam os seus acusadores ? Vemos nesta pergunta, um ato terapêutico profundo. Jesus se dirige a uma mulher que sabia que era pecadora, e pergunta-lhe onde estavam os puros que a condenavam e a julgavam. Onde estavam os perfeitos que, diferentemente dela, não cometiam pecados? A mulher responde que eles haviam ido embora sem condená-la. A resposta da pecadora era necessária no processo da cura. Era necessário que ela dissesse com os seus próprios lábios: “Não, ninguém me condenou”, para ouvir, em seguida, de Jesus: “Nem Eu tampouco te condeno, vai e não peques mais”.

Caro leitor, a lei do amor é aquela que nos faz soltar as pedras, que nos faz voltar para dentro de nós mesmos, tomados pela consciência de que também precisamos de perdão e restauração. Se existe uma coisa que Jesus sempre combateu foi à hipocrisia. Nada aborrece mais o mestre, do que a falsidade presente na religiosidade daqueles que honram-no com lábios, mais que mantém seus corações longe da verdade de Deus. É muito fácil julgar os outros, porém, o difícil é avaliarmos nossas próprias atitudes, é olharmos para dentro de nós e a partir da constatação de que há algo de mal está presente em nossas vidas, termos a coragem e a determinação de afastarmos as mazelas do pecado, muitas vezes presentes em nosso viver.

É por esta razão, que o cristianismo está assentado sobre a mais sólida de todas as bases, a base do amor. É justamente isto que o amor faz. Dá novas oportunidades, estende a mão para curar a alma, a ferida, revela a semelhança de todos os homens em sua miserabilidade e carência, da bendita e surpreendente misericórdia do Pai. Tenha sempre em mente, que com isto, Deus não estava dando a autorização pra vivermos no pecado, pelo contrário, Deus sempre repudiará o pecado, contudo, sempre amará o pecador que entrar pelo caminho do arrependimento. Ouça o ecoar da voz do mestre, dizendo: Vai e não peques mais.

Deus vos abençoe.

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