“Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando vos darão; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo”. Lucas 6.38.
Um dos principais obstáculos para vivermos o evangelho de Jesus em toda a sua plenitude é a tremenda dificuldade que temos de nos desprendermos de nós mesmos e dar um pouco do que temos para Deus e para os outros. Infelizmente, as palavras do Senhor “mais bem-aventurado é dar que receber” (Atos, 20.35) continuam sendo uma fronteira desconhecida e inexplorada por boa parte dos cristãos, cujos estreitos horizontes não vão além dos seus próprios interesses. Mas, por que dar? Por que dar é tão importante para a nossa própria felicidade segundo as palavras de Jesus. A grande verdade, é que existe uma lei que rege o mundo físico que é a lei do fluxo e refluxo. Esta lei determina que só recebe aquele que exercita a graça de dar de si mesmo. À medida que nós damos (fluxo), nós recebemos (refluxo). Jesus decodificou essa lei quando sublinhou a palavras que destacamos acima. Dar é tão vital quanto o não dar é prejudicial para nós. Ou seja, quem não reparte morre. Quem não compartilha do que recebe, torna-se um mar morto, sem saídas, sem vazão, sem trocas. Só recebe, por isso está morto. Quando estudamos a o aspecto geográfico do Mar Morto, ficamos impressionados como pode receber tanta água, e, no entanto, a cada dia que passa ao invés de suas águas aumentarem, elas diminuem, tendo em vista que o mesmo não deságua em outro mar, as mesmas se evaporam e nele não há vida. Talvez esta seja a razão porque existam muitas pessoas que morreram para vida. Nunca deram de si para ninguém. Sofrem da síndrome do mar morto. São lacradas, são sem saídas e por isto nunca se renovam.
A lei da semeadura nos ensina, que aquilo que plantamos, determina o que colhemos. Ninguém planta arroz e colhe feijão. Assim, quando aprendemos a semear coisas boas, lá na frente colheremos coisas boas, ou se nada plantamos, ou plantamos o mal, certamente receberemos o que plantamos. Tudo o que Deus espera de nós, é que na medida que ele nos confie algo, tenhamos o desejo de compartilhar com os outros e com Ele. Quanto isto acontece, o retorno é sempre maior do que aquilo que nós damos. Aquilo que damos sempre volta em uma medida maior. Corroborando esta verdade bíblica, o apóstolo Paulo, inspirado por Deus, disse da seguinte maneira em II Coríntios 9. 10: “Ora, aquele que dá a semente ao que semeia e pão para comer também multiplicará a vossa sementeira e aumentará os frutos da vossa justiça. Para que em tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz que por nós se dêem graças a Deus”. Vejam que a vontade de Deus é nos dar a semente para que tenhamos disposição de plantar. Este é o nosso papel, e o Dele é multiplicar o que plantamos. Não temos dúvidas que muita gente por falta de plantio não tem colhido a boa colheita. Há aqueles que ainda não entenderam que, na contabilidade de Deus e da vida, é dando que se recebe, é dividindo que se soma, é deixando escorrer de nós o fluxo da graça de dar, que somos inundados pelos refluxos generosos da graça de viver. Caro leitor, pense sobre isto, questione a si mesmo, veja o que tens feito, para diminuir o sofrimento de seu próximo, e não faça isto apenas no final do ano, às vésperas do natal, mas, enquanto Deus nos der vida e saúde, sejamos instrumentos de Deus e sua justiça.
Deus vos abençoe.